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Opinião: Stephen King — A Metade Sombria

Não sei se já vos disse, mas sou (muito) fã de Stephen King. Stephen King trabalha personagens como ninguém e tenho sempre uma sensação de voltar a casa quando leio um livro dele. Felizmente, há mais de 50 e eu nem metade li.

Metade Sombria (ou The Dark Half em inglês, que foi como o li), conta-nos a história de um escritor que se viu confrontado com a sua outra metade, aquela que utilizava para escrever os livros com o pseudónimo George Stark.

Tudo começou na adolescência, altura em que Thad começou a escrever e, sem querer entrar em detalhes (quem não odeia spoilers?), esperem experiências psicossomáticas pelo meio, corvos, um detetive da polícia com dificuldades em aceitar o sobrenatural e uma dúvida constante de quem vai sair vitorioso desta batalha pela vida oferecida pelos livros.

Em primeiro lugar, tenho um soft spot para livros que têm escritores como personagem principal, não sei bem porquê, talvez seja aquela curiosidade de saber como é estar do outro lado. Depois, a forma como o autor explora a psicologia da personagem principal e a relação com a sua metade sombria é só fenomenal. 

O próprio autor teve, em tempos, um pseudónimo - Richard Bachman, e foi logo após este ter sido descoberto que Stephen King escreveu a Metade Sombria, um livro que trata, obviamente de forma totalmente diferente, a relação entre um pseudónimo e o seu criador.  

Sei que há quem deteste Stephen King, que considere que os seus livros são vazios e apenas servem para entreter. Eu tenho uma opinião bastante diferente. Acho que criar separações entre livros que entretêm e outros que são grandes clássicos é perder aquilo que a literatura tem para nos oferecer. Criar uma elite que apenas recomenda grandes nomes da literatura é ignorar tudo o resto que o mundo tem para nos contar. E eu não posso dizer que leio tudo, pelo contrário, tenho géneros muitos específicos e sei que posso estar a perder muito por isso, mas acho que Stephen King é mais do que um autor para entreter, o que ele nos oferece vai mais longe do que isso, pois em todos os livros temos uma janela para psique humana, muitas vezes, mais evidente em situações de stress e pânico, como aquelas que Stephen King cria tão abundantemente.

Para quem?

Bem, para fãs de Stephen King, obviamente. Para quem gosta de histórias de escritores ou para quem quer conhecer uma história onde o imaginário se funde com o real de maneira natural e credível ao ponto de nos fazer olhar por cima do ombro. 

⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

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