Opinião: Dulce Maria Cardoso — Eliete

Uma vida normal, uma família imperfeita, um passado pesado, um emprego que paga as contas, uma amiga que só vemos de tempos a tempos, mas que nos esforçamos para impressionar, uma relação com a mãe — cheia de bagagem, claro. Inseguranças, medo do futuro, arrependimento do passado, fechar os olhos para não ver o presente, solidão.

Eliete tem uma vida normal, que todos nós temos, de uma forma ou de outra.

Livro Eliete da Dulce Mara Cardoso

Dulce Maria Cardoso pega nesta vida que é comum e disseca-a, não deixando nada passar despercebido. Mergulhamos na vida de Eliete, tornamo-nos parte da sua pele, parte da sua mente e vemos o que ela vê. Eliete é atenta e, por isso, nós também somos. A necessidade de não contar os seus erros à amiga é mais do que um segredo, é uma necessidade primal de não admitir, para si mesma. É o querer ter algo que lhe sirva de bóia, nem que seja aos olhos da amiga que vê de vez em quando.

Contar a história de uma vida normal não é fácil, mas Dulce Maria Cardoso sabe exatamente como aprofundar as coisas banais da vida, sem que pareçam banais e, muito menos, aborrecidas.

Prende-nos às suas páginas com um sentimento de inevitabilidade à mistura

Nunca tinha lido Dulce Maria Cardoso, mas sei que vou querer ler muito, muito mais. Foi uma surpresa muito boa. Já comprei O Retorno e vou estar atenta à segunda parte deste vida normal. 

Já leram o Eliete ou outro da Dulce Maria Cardoso?

⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

 

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